Povo Munduruku denuncia ameaças de garimpeiros e MPF pede urgência no combate à mineração ilegal no Pará

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Clima de tensão e intimidação aumenta no sudoeste do Pará, segundo depoimentos e imagens enviados ao MPF. Indígenas e pesquisadores têm detectado pontos de destruição próximos a aldeias.

G1 – O Ministério Público Federal (MPF) quer saber quais medidas estão sendo tomadas para combater a mineração ilegal no território indígena Munduruku no sudoeste do Pará. O órgão divulgou nesta quarta-feira (30) que solicitou informações à Polícia Federal (PF) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) na segunda (28) e pediu urgência nas respostas.

De acordo com indígenas e pesquisadores, há registro de novos focos de destruição desde setembro e cada vez mais próximos às aldeias Katô e Fazenda Tapajós, em Jacareacanga.

De acordo com indígenas e pesquisadores, há registro de novos focos de destruição desde setembro e cada vez mais próximos a aldeias.

Pesquisadores filmaram uma área com 15 mil m², utilizando drones, sendo preparada para a expansão da atividade garimpeira, já desmatada e com construções de madeira e alvenaria.

O MPF já havia reforçado junto à Justiça uma ação emergencial para conter o crime na área por parte da União, do Ibama e da Fundação Nacional do Índio (Funai). O g1 pediu informações à PF, Funai e Ibama e aguarda retorno.

Imagens do avanço do garimpo ilegal

O MPF recebeu imagens que mostram as águas completamente barrentas, poluídas pelo despejo de rejeitos do garimpo ilegal, e crianças em meio a este cenário.

O local apresenta mau cheiro e coloração amarronzada para cinzenta, segundo o MPF, e há suspeita de contaminação.

Associação e liderança indígena que encaminharam informações ao MPF informaram que o garimpo ilegal ameaça a sobrevivência dos açaizais e das matas, a qualidade das águas, a fauna e a flora em geral, que são base alimentar e econômica dos Munduruku.

Ameaças

Depoimentos encaminhados ao MPF apontam que houve aumento da tensão e intimidação por parte dos garimpeiros ao povo Munduruku nos últimos anos.

Em maio do ano passado, a casa de uma liderança chegou a ser incendiada e a Força Nacional foi para a região.

Lideranças indígenas dizem que sofrem ameaças cotidianamente, e que o cacique geral, Arnaldo Kaba Munduruku, é alvo principal das ameaças, e que saques e destruição de imóveis fazem parte do arsenal de intimidações, ainda conforme o MPF.

Este maio deste ano, lideranças indígenas já tinham denunciado ameaças e a presença de dragas usadas pelo garimpo ilegal próximo a aldeias Munduruku, que estão situados em regiões e territórios diferentes no Pará, além também do Amazonas e Mato Grosso.

Rios da região também apresentam turbidez atribuída por especialista ao garimpo ilegal. Em 2021, imagens aéreas já mostravam área devastada em terra indígena do povo Munduruku.

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