Apoio de Biden ao genocídio promovido por Israel em Gaza gera ‘motim’ no Departamento de Estado dos EUA

Leia mais

Servidores preparam um “cabo de dissidência” para criticar o apoio do país a Israel. Número de signatários dará a dimensão da insatisfação interna

247 – A posição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em relação ao genocídio promovido por Israel contra os palestinos está gerando crescentes tensões dentro do Departamento de Estado do governo norte-americano. De acordo com relatos feitos ao HuffPost, o Secretário de Estado, Antony Blinken, e seus principais assessores parecem estar ignorando uma crescente insatisfação entre os funcionários do órgão. Alguns membros do departamento sentem que Blinken e sua equipe estão desconsiderando os conselhos de seus próprios especialistas, enquanto se concentram em apoiar a expansão das operações de Israel na Faixa de Gaza. “Está basicamente surgindo uma revolta em todos os níveis do Departamento de Estado”, resumiu um funcionário.

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro a Israel, os combates na região já ceifaram a vida de mais de quatro mil pessoas, e Israel está se preparando para uma invasão terrestre em Gaza, o que se espera que cause dezenas de milhares de mortes adicionais.

Biden e Blinken afirmam desejar ajudar Israel a derrotar o Hamas de forma decisiva, mas mantêm o discurso contraditório de que querem evitar o sofrimento dos civis de Gaza e um conflito mais amplo no Oriente Médio. Ambos recentemente visitaram Israel, e Blinken está priorizando a tentativa de abrir a fronteira entre Gaza e o Egito para permitir a entrada de ajuda humanitária na região sitiada e que alguns civis deixem a área. Por outro lado, a diplomacia estadunidense vetou no Conselho de Segurança da ONU uma resolução, proposta pelo Brasil, que previa exatamente uma ‘pausa humanitária’ no conflito para o envio de suprimentos a Gaza e a retirada de estrangeiros daquele território.

De acordo com informações, diplomatas estão preparando um documento conhecido como “cabo de dissidência”, o qual critica a política dos EUA e é enviado aos líderes do departamento por meio de um canal interno protegido. Esses “cabos de dissidência” são considerados declarações significativas de desacordo em momentos históricos-chave dentro do Departamento de Estado. O canal de dissidência foi estabelecido em meio a profundas divisões internas durante a Guerra do Vietnã e, desde então, diplomatas o têm usado para alertar sobre decisões perigosas e autodestrutivas dos EUA no exterior.

Recentemente, Josh Paul, um veterano funcionário do Departamento de Estado, renunciou ao seu cargo e anunciou que sua saída era consequência de sua oposição ao apoio dos EUA à guerra de Israel. Até o momento, a equipe do Departamento de Estado está expressando insatisfação de várias maneiras, desde sentimentos de revolta até resignação. Alguns funcionários estão considerando seguir o exemplo de Paul e deixar seus cargos.

A seriedade do “cabo de dissidência” e o número de funcionários do Departamento de Estado que o assinarão refletirão o quão alarmados eles estão com a resposta dos EUA à situação em Gaza e quão difundido é o desacordo com a política de Biden. Isso poderá determinar se a administração reconsiderará sua posição.

Vale notar que, embora decisões-chave sejam tomadas por Biden, Blinken e outros de alto escalão, os funcionários comuns do Departamento de Estado estão envolvidos em diversos aspectos importantes da resposta dos EUA à violência israelense.

- Publicidade -spot_img

More articles

- Publicidade -spot_img

Últimas notíciais