CPMI pede indiciamento de Bolsonaro e mais 60 golpistas

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Os acontecimentos políticos no Brasil entre 2019 e 2022 foram marcados por tensões, desinformação e tentativas de minar a democracia, e culminaram com os ataques terroristas em 08 de janeiro de 2023

A relatora da  Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os eventos de 8 de janeiro de 2023 no Brasil, deputada Eliziane, Gama anunciou os primeiros nomes a serem indiciados por sua participação em uma tentativa de golpe de Estado, que ocorreu quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes.

Entre os nomes destacados, está o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e vários outros oficiais militares e figuras públicas. Entre eles, estão o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro; os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Paulo Sérgio Nogueira, Marco Antonio Freire Gomes, Ridauto Lúcio Fernandes, Carlos Feitosa Rodrigues e Carlos José Penteado; o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; o tenente-coronel Mauro Cid; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.

Os indiciados enfrentam acusações que incluem associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado. O relatório da CPI especifica as acusações contra Bolsonaro, que incluem associação criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de derrubar um governo legitimamente constituído e ações para impedir o livre exercício de direitos políticos.

A lista de indiciados também engloba diversas outras pessoas, incluindo membros das forças armadas, da polícia rodoviária federal e da Polícia Militar do Distrito Federal. A relatora argumenta que os métodos modernos de golpe não dependem de forças militares tradicionais, mas são conduzidos por meio da disseminação de desinformação e ódio, especialmente nas redes sociais.

A reportagem destaca a alegação de que o ex-presidente Bolsonaro há muito tempo ameaçava as instituições democráticas, alimentando a violência e incitando discordância. Ele também é acusado de questionar a integridade das eleições eletrônicas, sem apresentar provas concretas.

Enquanto a CPI avança com seus indiciamentos, parlamentares bolsonaristas apresentaram relatórios paralelos, expressando discordância com as acusações de tentativa de golpe atribuídas a Bolsonaro.

Este desenvolvimento é de significativa importância na atual conjuntura política do Brasil, uma vez que amplia o escopo das investigações e possíveis repercussões legais para aqueles envolvidos na invasão dos prédios públicos em janeiro.

Neonazismo no Brasil

Os acontecimentos políticos no Brasil entre 2019 e 2022 foram marcados por tensões, desinformação e tentativas de minar a democracia, e culminaram com os ataques terroristas em 08 de janeiro de 2023. O ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, figura como um dos protagonistas desse período tumultuado, cujos apoiadores são associados à ideologia neonazista e conspiram em busca de golpes de Estado.

O cenário político no Brasil foi fortemente influenciado pela ascensão da extrema-direita, representada por Bolsonaro e seus seguidores. Eles se destacaram pela disseminação de notícias falsas que visavam minar as instituições brasileiras, em particular o poder judiciário e a justiça eleitoral. Além disso, não pouparam críticas e difamações a outras instituições de Estado, como a educação e a cultura.

A estratégia de Bolsonaro e seus apoiadores incluiu a criação de narrativas sem fundamento, como a luta contra o “comunismo” e o “aborto”, temas que eram propagados com grande vigor e sincronia por meio das redes sociais e até por veículos de comunicação de grande alcance no Brasil, como Globo, Estadão, Folha de São Paulo, mas principalmente pela Jovem Pan.

No centro dessas ações, estava a tentativa de minar a confiança nas instituições democráticas e enfraquecer o sistema político do país. As redes sociais desempenharam um papel fundamental nesse processo, servindo como plataforma para disseminação de desinformação e coordenação das ações.

Os anos entre 2019 e 2022 testemunharam uma luta constante entre forças que defendem a democracia e aqueles que buscam sua erosão. A CPMI realizou uma aprofundada investigação desses eventos políticos, destacando o papel desempenhado por Bolsonaro e seus seguidores na tentativa de minar a estabilidade democrática no Brasil.

A íntegra do relatório da senadora Eliziane Gama já foi disponibilizada no site do Senado Federal.

Golpe

“A bandeira nacional foi usada como insígnias e símbolos nacionais uniformizaram os que se diziam patriotas”, disse a relatora ao afirmar que tentativas de golpe se instrumentalizam por meio da formação de “forças paramililitares que preparam, arregimentam e armam forças milicianas”, de forma a fazer com que o golpe não pareça golpe. “Por isso atacaram tanto as instituições democráticas”, acrescentou.

Sobre a participação de Bolsonaro na tentativa de golpe, Eliziane Gama disse que, desde o primeiro dia de governo, o ex-presidente “atentou contra as instituições democráticas”, mas que, antes mesmo de ser eleito, “alimentou a violência dos brasileiros contra qualquer um que discordasse minimamente dos ideais bolsonaristas”.

“Bolsonaro proferiu, ao longo da carreira, discursos no qual dizia que, pelo voto, nada se mudaria no país, e que seria necessário uma guerra civil com pelo menos 30 mil mortes no país. Além disso, questionou a urna eletrônica, dizendo que ela seria sujeita a fraude, sem apresentar qualquer embasamento fático ou concreto”, complementou.

A lista dos citados inclui, ainda, o terrorista George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza – todos condenados por envolvimento na tentativa de explodir um caminhão de combustíveis nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília.

Entre os 61 indicados pelo relatório estão também os integrantes do chamado gabinete do ódio – Tércio Arnaud, que foi assessor especial de Bolsonaro; Fernando Nascimento Pessoa e José Matheus Sales Gomes.

Parlamentares bolsonaristas apresentaram dois relatórios paralelos, nos quais apresentam votos em separado focados em um uma suposta omissão do governo federal, no 8 de janeiro. Eles discordam do documento apresentado pela relatora no que diz respeito à acusação de golpe articulado pelo ex-presidente.

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