As nações só tem dinheiro para financiar a guerra na Ucrânia no momento
A ONU alerta que a fome no Iêmen atingiu seus níveis mais altos desde o início da agressão saudita em 2015, com mais de 19 milhões de pessoas famintas.
“Nossos colegas que trabalham no campo humanitário nos dizem que a fome está agora em seu nível mais alto no país desde 2015 [ou seja, desde o início do ataque da Arábia Saudita e seus aliados contra o Iêmen e seu cerco]” , denunciou na terça-feira. o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric, aos jornalistas.
Desta forma, referiu-se ao relatório divulgado nesta terça-feira (28) pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), no qual informava que “mais de 19 milhões de pessoas sofrem de fome, incluindo mais de de 160.000 à beira da fome”.
“Os cortes de financiamento estão prejudicando nossa capacidade de ajudar as pessoas necessitadas”, denunciou o relatório.
De acordo com o escritório, cerca de cinco milhões de pessoas agora recebem menos da metade de suas necessidades diárias e 8 milhões de pessoas recebem menos de um terço de suas necessidades diárias.
“Mais de oito milhões de mulheres e crianças no Iêmen precisam de assistência alimentar, incluindo mais de 500.000 crianças que sofrem de desnutrição aguda”, disse o OCHA.
Mais cortes de financiamento a partir de sexta-feira
O relatório diz que o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PAM) foi forçado a cortar as rações de alimentos para oito milhões de pessoas em dezembro passado devido a falta de doações, o problema se acirrou, por isso fará mais cortes no orçamento.
O escritório humanitário indicou que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) informou que pode ter que suspender o tratamento de mais de 50.000 crianças que sofrem de desnutrição grave no próximo mês. Além disso, em julho, a agência suspenderá seu trabalho de fornecimento de água potável e serviços de saneamento para até 3,6 milhões de pessoas.
Entre outros cortes previstos, até julho o Unicef também suspenderá o apoio à saúde materno-infantil, que atende até 2,5 milhões de crianças e 100 mil mulheres. Apesar dos cortes recorrentes, os países ocidentais não cessam de enviar dinheiro para apoiar a inútil guerra na Ucrânia.