Marco temporal: sob temor de retrocesso, indígenas preparam ofensiva no STF e no Congresso

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O marco temporal estabelece que terras indígenas só podem ser demarcadas se comprovarem ocupação até 5 de outubro de 1988

REPÓRTER BRASILO debate sobre o chamado “marco temporal” acirra ânimos no Brasil, enquanto o presidente Lula enfrenta uma importante decisão: sancionar ou vetar um projeto de lei que limita a demarcação de terras indígenas. Os povos originários, temendo retrocessos, planejam recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto líderes rurais ameaçam uma “revolução” caso o projeto não seja aprovado. Este marco temporal estabelece que terras indígenas só podem ser demarcadas se comprovarem ocupação até 5 de outubro de 1988. O debate, que envolve mudanças prejudiciais aos povos tradicionais, está longe de um consenso.

A disputa sobre o marco temporal no Brasil está em um momento crítico, com líderes indígenas e ruralistas se preparando para o que vem a seguir. O debate gira em torno de um projeto de lei que limita a demarcação de terras indígenas, e o presidente Lula tem uma decisão importante a tomar: sancionar ou vetar o projeto. Essa escolha tem implicações significativas nos direitos dos povos originários.

O marco temporal estabelece que uma terra indígena só pode ser demarcada se for comprovado que estava ocupada pela comunidade em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. Isso significa que povos que foram expulsos de suas terras antes dessa data perdem seu direito à terra. No entanto, essa tese foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em uma decisão recente.

O projeto de lei aprovado pelo Congresso não apenas redefine o marco temporal, mas também inclui várias medidas consideradas prejudiciais pelos povos indígenas. Isso inclui a possibilidade de reverter terras indígenas já demarcadas, contatos com povos isolados e outros pontos preocupantes.

Movimentos indígenas e defensores dos direitos humanos estão mobilizando uma campanha nas redes sociais pedindo o veto total do projeto por parte do presidente Lula. Eles argumentam que qualquer veto parcial seria inaceitável.

Por outro lado, a bancada ruralista no Congresso, conhecida como Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), está se organizando para pressionar pela derrubada de qualquer veto presidencial, caso ocorra. Eles defendem o projeto, argumentando que ele passou com ampla maioria no Congresso.

Especialistas acreditam que a decisão de Lula provavelmente será uma abordagem de meio-termo, evitando um veto total, pois isso poderia ser revertido pelo Congresso, e também evitando uma sanção completa, uma vez que o STF já declarou a inconstitucionalidade do marco temporal.

Além das implicações políticas, esse debate também levanta preocupações econômicas, especialmente em relação às exportações agrícolas e à agenda ambiental do Brasil.

O projeto de lei também recebeu críticas da comunidade internacional, com a ONU expressando preocupação e destacando que a aprovação do marco temporal teria impactos negativos não apenas para os povos indígenas, mas para o país como um todo.

Este é um ponto de conflito complexo e em constante evolução, que reflete divisões profundas na sociedade brasileira, entre interesses econômicos, direitos indígenas e obrigações internacionais. A decisão de Lula terá repercussões significativas para o futuro das terras indígenas no Brasil.

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